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Pole dance é só para mulheres?

https://www.comunidadeculturaearte.com/quem-disse-que-o-pole-dance-e-so-para-mulheres/

15 Janeiro, 2019

Estão determinados a derrubar estereótipos. No varão encontram a liberdade do movimento. Dois ou três carrosséis, uma inversão split e para finalizar uma flag pole. Eles fazem tudo isto. E muito mais. Os tempos estão a mudar. Os homens também dançam no varão.

Na Ménage há dança no varão com striptease. No Viking há striptease com dança no varão. Na Pensão Amor a história é outra. Deixou de ser uma casa de alterne desde 2011 e tornou-se num bar trendy junto daqueles que procuram beber um cocktail a meio da noite. O que continua a fazer parte da sua história é o varão. Entra-se na Pensão e ao fundo do corredor lá está ele no meio de uma sala forrada com papel de parede em tigrês e uma bola de cristais a girar non stop. No segundo piso está Marina May a terminar uma aula particular. Com ela a dança no varão é encarada como uma modalidade com níveis, regras e um elevado grau de exigência. E despir-se não é cá com ela. Diz que a imagem do pole dance está a mudar. Aos poucos, vai deixando de estar associada à prostituição. Mas nem sempre foi assim. “No início, quando a Pensão me contratou as pessoas que vinham ver as minhas atuações diziam, num tom histérico, para eu tirar a roupa. Quando começava a dançar, elas calavam-se e ficavam surpreendidas pelas acrobacias que conseguia fazer.” A dança no varão é uma modalidade federada pela International Pole Sports Federation (IPSF) com estilos para todos os gostos e feitios. Do acrobatic pole ao ultra pole, passando pelo exotic pole e pelo street pole. Movimento a movimento, tem conquistado uma legião de praticantes por todo o mundo. Quem já se deixou contagiar foi o sexo masculino que passou a ver nesta modalidade uma forma de praticar exercício físico. De ano para ano, os números têm aumentado. Segundos os dados da International Pole Sports Federation (IPSF), em 2016 participaram 22 homens no campeonato do mundo de pole dance e em 2018 estiveram em concurso 49. As federações e associações acompanham o crescente interesse do sexo masculino por parte da modalidade. Atualmente, existem 32 identidades que regulam e prestam apoio aos praticantes da arte do varão. “É um grande feito em apenas 10 anos. Queremos continuar a evoluir e a convidar os países a espalharem a modalidade a todas as pessoas, sem distinção de género e sexo.” Marina May tem homens a frequentarem as suas suas aulas e a fazerem parte dos seus espetáculos que acontecem uma vez por mês na Pensão Amor. Há quem pense que são só os homossexuais que praticam pole dance, mas a realidade contraria esse estigma. Marina May tem também homens heterossexuais com o “bichinho” do varão. “A imagem social do pole dance está a mudar. Quem não encara dança no varão como uma modalidade séria é ignorante.”

João Afonso é um dos pioneiros do pole dance masculino em Portugal. Foi para Roma adquirir conhecimentos. E acabou por lá ficar durante um ano a dar aulas. Em 2016, depois de alguma insistência por parte da família e amigos, inscreveu-se no Got Talent Portugal. A atuação da prova inicial valeu-lhe o botão dourado de Pedro Tochas, encaminhando-o diretamente para as galas em direto. Não foi o único participante com destreza na arte do varão a concorrer na segunda edição do concurso. Com ele estavam mais dois pole dancers masculinos. “O Got Talent Portugal permitiu que a dança no varão chegasse a um maior número de pessoas. Foi um avanço positivo na modalidade porque ajudou a desmistificar alguns estereótipos.” Sempre que pode, pega nas malas, na paixão que tem pelo pole e viaja rumo ao estrangeiro para marcar presença em eventos e campeonatos. Já ficou em primeiro lugar quatro vezes. Um feito que o incentiva cada vez mais a aperfeiçoar a técnica e a procurar por novos materiais, como os tecidos e as cordas. Nas competições destaca que o mais difícil é o varão. “Ele está sempre a girar. Por isso é que, por vezes, não conseguimos fazer os exercícios. A esta dificuldade acrescenta-se também a destreza no manuseamento do varão. Eles não são iguais e mudam de competição para competição. Requer um grande nível de adaptação.” O pole dance não é financiado, sobrevive pela iniciativa dos participantes. “Sou eu que tenho que arranjar as verbas. Não temos uma máquina publicitária musculada que sustente todos os custos. Há pouco tempo, a Prozis e a MANZ decidiram patrocinar-nos, mas não chega.” Como a dança no varão não é suficiente para pagar as contas ao final do mês, João Afonso é instrutor de fitness. No futuro quer introduzir o pole nos ginásios de forma a promover a modalidade como uma atividade física que “faz bem ao corpo e à mente.”

 
 
 

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